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Dicas Entenda Gwent

ENTENDA GWENT – AULA 4: AS BRONZES

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14 de março de 2018

Introdução

Quero conversar com vocês sobre construção de deck, porém, preliminarmente, é preciso gastar algum tempo com tema necessariamente anterior: as peculiaridades das bronzes, pratas e ouros no Gwent. Nesse sentido, a aula de hoje se aterá às bronzes, e compartilharei minhas impressões sobre seu estado atual e parâmetros para avaliar a viabilidade delas diante do meta.

As Bronzes São o Cerne de Qualquer Deck

A afirmação acima parece óbvia, mas referencia mais do que a proporção de bronzes exigida de qualquer baralho. Mais do que na quantidade, fala-se no papel dessas na concepção de arquétipos e na construção de decks.

Isso porque, regra geral, os baralhos devem ser pensados a partir de suas bronzes. Sem um conjunto de bronzes suficientemente eficaz, não há como atingir consistência, tanto entre partidas quanto no decorrer do mesmo jogo. As bronzes superam as pratas e ouros não só em quantidade total, mas, também, em número de cópias de cada uma e, por conta disso, estão aptas a suportar o desígnio de estratégia em torno ou apoiada nelas.

Como exemplo, pega-se o deck Scoia’tael – Elfos/Enxame, com Brouver Hoog, tão popular nas últimas semanas. Parte do funcionamento do deck depende da interação entre o líder, o espião de prata Yaevinn, e o anão Cutelo. Joga-se Yaevinn para a mesa oponente no começo do primeiro round para habilitar a pancada do Cutelo com a mão ainda cheia, e Brouver, o qual tutora para um ou para o outro e confere confiabilidade ao combo, que visa, acima de tudo, impor ao adversário condição adversa em termos de vantagem de cartas.

A primeira vista, parece que esse trio, complementado por cartas como Barclay Els e Dançarina de Guerra, é o conceito central do deck. No entanto, tal perspectiva é enganosa, e a real concepção primordial do baralho é o povoamento da mesa com elfos de bom valor – ex: Caçador Meio-elfo e Batedor Élfico – para depois abusar dos reforços de Vanguarda Vrihedd. A estratégia é muito poderosa em rounds mais longos, mas nem tão eficiente em rounds curtos. A combinação Yavienn-Cutelo-Brouver, em verdade, existe justamente para cobrir essa fraqueza – o que faz excepcionalmente bem. Se o conjunto de bronzes do deck comentado não fosse tão sólido, rapidamente a vantagem propiciada pelo combo de abertura se perderia e o baralho não seria proeminente no meta.

A importância das bronzes é tamanha que existem cartas concebidas para serem muito poderosas, mas ao custo de imporem exigências que sub-otimizem o conjunto de bronzes do baralho. Shupe/Lojø, Ciri: Nova e Bruxo Víbora, consideradas exageradas por boa quantidade de jogadores, são, em verdade, adequadamente balanceadas, vez que impõem condições prejudicais o conjunto de bronzes do usuário.

São as bronzes e suas interações que se tornam decks, não os combos entre ouros e pratas. Essas, obviamente, são parte importantíssima dos baralhos, mas precisam ser apoiadas por um forte conjunto bronze.

Métodos para avaliar as bronzes

Na aula de semana passada, trabalhei alguns conceitos sobre a funcionalidade das cartas que serão muito úteis na explicação de como se deve avaliar o força das cartas. Caso alguma expressão doravante empregada lhe soe pouco familiar, recomendo a breve leitura da Aula 3!

Em minha prática, adoto três caminhos para avaliar qualquer carta. O primeiro deles eu chamo de análise direta, que se dá pela análise de seu texto e poder base, com o intuito de identificar seu valor consistente, ou seja, aquele que se espera da carta em um cenário médio. Se esse valor médio for bom o bastante, passa-se a avaliar a confiabilidade de suas condições e sob quais custos a pontuação identificada como mediana será extraída.

Um exemplo concreto: o valor esperado de um Caçador Meio-Elfo é 12 pontos – uma boa pontuação, visto que ele não apresenta nenhuma condicionalidade. Por outro lado, um Lobisomem vale 14, ainda melhor, mas apresenta a condição de ter de fazer contato com Lua Cheia, o que não é difícil, mas já representa certo custo.

Já para o Cavaleiro Eleito Redaniano, é mais difícil identificar um valor consistente, vez que suas condições – quantidade de turnos na mesa, adjacência de outras duas unidades e conservação de sua armadura – são bem mais propensas a variações. Se acha que consegue cumprir as três condições por pelo menos três turnos, pode considerar o valor consistente em 13 pontos (7 de base + 3×2 de reforços). Se, mais humildemente, prefere contar com apenas dois turnos, cairá para 11. A identificação do valor consistente, portanto, é relativa e depende das convicções de cada jogador sobre o meta.

Após avaliar o valor consistente e a confiabilidade carta, ainda cabe cogitar seu valor potencial, ou seja, o quando proverá em cenário muito favorável. No caso do Cavaleiro Eleito Redaniano, tal cenário seria sua permanência na mesa pelo round inteiro com armadura e aliados para buffar. Perceba que a análise do valor potencial raramente te levará a números, eis que as condições ideais não existem, são indetermináveis, para a maioria das cartas. Quantos turnos tem o round para o Cavaleiro Eleito fazer seu trabalho? Haverá sempre duas unidades adjacentes? Não há como definir, nem compensa sonhar com o contexto ideal. Portanto, a análise do valor potencial lhe revelará apenas noções abstratas – algo como “se não for respondida, essa carta vale muito” – e isso informará e muito sua análise.

A essa altura, o leitor já deve ter compreendido que avaliação de carta depende muito da experiência e conhecimento do jogador, bem como do estado do meta.

Perpassada a análise do valor consistente, confiabilidade e do valor potencial, passa-se ao questionamento: qual das duas é mais importante? A resposta depende de seu estilo de jogo, de seu referencial como jogador e de seu ambiente comum de disputa. Nas ranqueadas, geralmente, consistência é mais valiosa que valor, ao menos na minha concepção.

Apresentada a análise direta, que parte do estudo da carta em cotejo com o meta, passo ao segundo caminho pelo qual avalio, o qual chamo análise sinérgica. Essa em muito se assemelha à análise direta, mas ao invés de avaliar a carta em si, toma por base um conjunto de cartas com potencial de interação – a famosa sinergia. Em outras palavras, coliga-se determinadas cartas e se aplica os critérios anteriormente mencionados – valor consistente, condicionalidade e valor potencial – sobre o conjunto.

Exemplifico: há conhecido combo que consiste em por na mesa o D’ao e ativá-lo, em seguida, com  o Grifo, a totalizar com as duas cartas 23 pontos, o que dá média de 11,5 pontos por carta – nada de mais. Acontece que o próximo Grifo acrescerá mais 17 pontos ao cenário – 9 de base + 2×4 dos D’ao Inferiores – e o total da trinca será 40 pontos, com a média próxima de 13,3 pontos por carta – bem melhor.  Assim, diria que o valor médio das bronzes desse pacote estaria entre 11,5 e 13,3. A condicionalidade residiria na convergência do D’ao e de Grifos. O valor potencial, no presente caso, seria os 13,3 ou mais, caso haja pelo menos dois Grifos.

Importante esclarecer que nem sempre os conjuntos são de apenas duas ou três cartas, e podem ser, em verdade, de praticamente todas as bronzes do deck. Como exemplo: no deck Skellige – Veteranos, que abusa do fortalecimento do Tuirseach: Veterano, o pacote é composto por três cópias dessa carta, mais vários Tuirseach: Domador e Tuirseach: Caçador. Nesse caso, avaliasse o valor consistente a partir do valor base de cada uma dessas cartas acrescido do fortalecimento esperado a partir de dois ou três Tuirsearch: Veteranos.

Para finalizar o tópico, a terceira forma de avaliação é a análise por preenchimento, que consiste em valorar a carta a partir do que ela pode proporcionar a determinado deck ao preencher os espaços deixados pelos conjuntos centrais. Aqui a viabilidade da carta é avaliada em relação a um deck construído quase por completo, no qual a carta ocupará os poucos espaços restantes. Interessante ressaltar que a essa altura a utilidade costuma falar tão alto quanto a pontuação.

Ao invés de indagar o valor consistente/potencial e a condicionalidade da carta, começasse pela investigação do que ela pode proporcionar a determinado deck. No já mencionado arquétipo Skellige – Veteranos, a Sacerdotisa de Freya e a Heymaey: Lanceira preenchem as vagas deixadas abertas pelos Tuirseach: Veteranos, Tuirseach: Domadores e Tuirseach: Caçadores, a possibilitar melhor aproveitamento dessas cartas. Note que nesse exemplo as cartas avaliadas pelo critério do preenchimento contribuem com grande valor.

No Nilfgaard – Alquimia, por outro lado, os Escravagistas ocupam as últimas vagas e garantem duas coisas que o baralho precisa: preenchimento de fileiras e corpo com menos de 5 de poder base para ser ressuscitado com Unguento. Ao invés de meramente avaliar o valor consistente que se espera do Escravagista – o que seria complicado, dada sua randomicidade – deve-se ter em conta a utilidade que ele proporciona.

É por esses três meios que costumo avaliar as bronzes. Análise direta e análise sinérgica, de certa forma, observam basicamente o mesmo método, ao passo que a análise por preenchimento descola o centro de importância para que o jogador não se atenha puramente a valores matemáticos.

Estado geral das bronzes no jogo

Para finalizar meu comentário sobre as cartas bronze, considero importante apresentar minhas impressões sobre seu estado geral no Gwent, em referência a seu nível de poder.

Logo que comecei no Gwent, já no beta aberto, a discrepância entre bronzes, pratas e ouros era enorme. Naquele tempo, uma carta bronze padrão oscilava entre os 8 e 10 pontos. Poucas atualizações depois, todavia, o time de desenvolvimento modificou sua política com a intenção de aproximar os valor das três cores e, com isso, tornar as partidas menos dependentes da quantidade de ouros que cada jogador comprasse.

Atualmente, considero seguro afirmar que o padrão das bronzes está em torno de 12 pontos de valor consistente. Essa é a pontuação, por exemplo, do Anão Escaramuçador e do Tuirseach: Domador, ambos incondicionais. Carta que faça menos que isso deve, por outro lado, apresentar alguma outra dimensão explorável – potencial de combo, função de controle ou motor, utilidade etc.

Cartas que superam essa pontuação são fáceis de encontrar, mas costumam trazer alguma condiconalidade. É o que acontece com o Novato de Vicovaro, que combinado com a Cerveja de Mahakam atinge 14 pontos, mas enfrenta as condições de construir o deck com a Cerveja de Mahakam e ter de contar com ao menos uma unidade em cada fileira.

Portanto, avalio 12 como o padrão da incondicionalidade. Qualquer carta ou conjunto que supere isso como valor médio sob baixo custo ou condicionalidade pode ser seguramente considerada bastante boa. As que, por outro lado, trouxerem valor inferior a 12 devem contar com alguma outra nuance que compense a diferença.

Deixo claro, no entanto, que esse tipo de análise, tão crua, pouco valor terá no contexto de jogo, eis que nele influem diversas variantes, a maioria delas de matriz sinérgica. Um deck cujas bronzes valem 12 pontos – que provavelmente nem existe – provavelmente será pouco competitivo, por assim dizer, porque enfrentará baralhos otimizados para extrair mais do que isso com suas jogadas. Tenha esse parâmetro em mente apenas para avaliar o nível de poder das cartas em abstrato, na teoria, e, assim, ter uma ideia prévia de sua  viabilidade prática. Subsequentemente, experimente, e só assim terá o autentico sentimento do que o cartão pode fazer.

A aula de hoje ficou um pouco mais longa que as anteriores, mas creio que tenha valido a pena. Considero as informações nela contidas bem úteis e, uma vez realizadas, ajudaram muito no aprimoramento de meu jogo. Espero que sejam de grande valia aos leitores e os instiguem a continuar comigo nestas singelas aulas. Críticas, opiniões ou mesmo palavras de apoio serão muito bem recebidas nos comentários :)!

Semana que vem, me debruçarei sobre as pratas e ouros, conjuntamente. Até lá!

 

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4 Comments
  1. Responder

    Magão da Goécia

    28 de março de 2018

    Muito bem explicativo o texto

    • Responder

      Dmm17

      29 de março de 2018

      Valeu, Magão! Acompanha as outras edições, acho que vai gostar!

  2. Responder

    Marcos KarraskO

    17 de março de 2018

    Impecavel como sempre.

    • Responder

      Dmm17

      19 de março de 2018

      Ofereço o melhor que posso! Valeu, Marcos!

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