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Entenda Gwent

ENTENDA GWENT – AULA 7: TROCA E BLACKLISTING

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18 de abril de 2018

Introdução

O que outrora se chamou mulligan – como em outros jogos – hoje se chama troca. Pode ser feito três vezes antes do primeiro round e uma antes dos outros dois, além de ser provocado por algumas cartas com a rodada em curso. Consiste na devolução de carta da mão para o baralho e subsequente compra de outra. Isso todo gwenteiro sabe.

Algumas nuances da mecânica, no entanto, não são de conhecimento geral e sequer são referidas expressamente pelo jogo, salvo engano. Esses aspectos tácitos das trocas estão relacionados ao blacklisting. Analiso o que é e sua importância para as estratégias de troca.

O que é Blacklisting

Como dito, a troca consiste em permutar uma carta da mão por outra do baralho. A devolvida vai para alguma posição aleatória no baralho, e saca-se a do topo. Ocorre que, quando a carta sai da mão pela troca, ela e suas cópias ficam marcadas e não podem ser tiradas pelo jogador na compra consequente nem nas seguintes – se alguma delas for a do topo, o jogo entrega a seguinte – até o final daquela sessão de troca.  Em outras palavras, cartas devolvidas e suas iguais não podem ser compradas durante a mesma fase de trocas. Essa regra se chama blacklisting.

Devolver um Trovão de Alzur, com o intuito de puxá-lo do baralho com a Elfa Mercenária, garante que não haverá compra de outra dessa carta especial até o final na sessão de trocas, por exemplo. Fácil de entender, certo?

Acontece que nem todo mundo sabe disso. Os jogos de cartas mais conhecidos não adotam nenhuma regra parecida, e naturalmente muitos dos jogadores mais casuais podem não ter ciência dessa opção do Gwent. O jogo em si não colabora; não explica nem menciona o fenômeno. Entender o blacklisting, porém, possui enorme valor estratégico, que será analisado nos tópicos seguintes.

Conheça-o, portanto, e use-o.

Estratégias de Blacklisting e Trocas

O blacklisting é componente da mecânica de trocas voltado a dar maior gerência ao jogador sobre a composição de sua mão no pré-round. Representa poder de direção das compras em troca por exclusão de alguns exemplares. Seu manejo, portanto, como toda ferramenta, é melhor com estratégia.

A referência mais comum é a três tipos diferentes de alvos para blacklisting – ou seja, cartas a se expurgar da mão.

O primeiro deles é bem óbvio: repudia-se aquelas que, por nuances mecânicas e sinérgicas, destinam-se a ser puxadas diretamente do baralho. Dessas há muitos exemplos: Nevoloso, Carpeado etc. Obviamente, cartas inseridas na lista para serem tutoradas se encaixam nesse grupo. Esse critério de seleção das trocas é sem dúvida o mais importante no Gwent e o mais íntimo da regra do blacklisting.

Em geral, cartas que se espera puxar do baralho, não jogar da mão, são a prioridade na hora de fazer as trocas.

A segunda sorte de alvos do blacklisting são as cartas cuja eficácia depende de circunstancia que não se espera verificado naquele round. Exemplo: Assire var Anahid e Nenneke perdem sentido se lançadas sem cartas interessantes no cemitério, pelo que não tem grande serventia na mão de abertura.  Ressurreições, em geral, se encaixam nesse critério. Exemplo diverso: é indesejável segurar Saqueador Batedor sem ter na mão uma boa bronze com outra cópia no baralho.

Há quem opte por, com critério semelhante a esse, trocar cartas que, por sua importância, tem emprego preferível no terceiro round, para decidi-lo. Seria trocar Shani por não pretender gastá-la no primeiro ou segundo round, exemplo. O plano é válido, mas sujeita-se ao risco de simplesmente não recomprar a carta, o que deve ser levado em conta na tomada da decisão.

O terceiro espectro de alvos é composto por cartas que simplesmente tem nível de poder abaixo das demais. Largo uma bronze com esperança de comprar outra mais forte ou carta das outras cores. Em alguns duelos, Escravagista é fraco e o piloto do um baralho Nilfgaard – Alquimia faz bem em trocá-lo para tirar algo melhor.

Há, ainda, uma outra forma de usar as trocas e o blacklisting, menos debatida. Essa consiste na troca de cartas com múltiplas cópias remanescentes no baralho e assim aumentar minhas chances de comprar outra específica e especialmente importante. Troco o Tuirseach: Caçador com outros dois no deck para aumentar minhas chances de comprar Tuirseach: Veterano, por exemplo.

Eis que se fala de otimização da mão, cumpre lembrar o que todos sabem, mas nem sempre aplicam: por vezes é melhor simplesmente abdicar de trocas quando já se tem mão boa o bastante e o prospecto de melhora não é tão provável.

Blacklisting e construção de  baralho

Na edição passada, omiti sugestão importante sobre construção de baralho. Nada falei sobre a dosagem na inclusão de cartas destinadas a serem jogadas do deck, não da mão.

Efetivamente, o blacklisting é regra que favorece a inclusão de cartas desse tipo – o mesmíssimo  referido no tópico anterior como alvos prioritários. Ora, se ao trocar uma me livro de todas as cópias, fica menos arriscado incluir múltiplas de qualquer espécime que não desejo na mão e sim no deck.

Sem o blacklisting poderia não ser grande ideia incluir, no mesmo baralho, três Lua Cheia e dois Nevoloso, como se faz em excelentes listas de Monstros – seriam cinco cartas que não quero na mão inicial, e só três chances de me livrar delas, com o risco de comprar outras cópias da próprias. A regra, porém, existe, e possibilita baralhos altamente otimizados que dela desfrutam ao máximo.

Destaco, no entanto, que no primeiro parágrafo falei em dosagem e no segundo em redução de risco – o que não é eliminação. Por outros termos: não se pode abusar. O blacklisting mitiga o custo da inclusão de múltiplas cópias de cartas a jogar do deck, mas não o elimina, e se foram listadas em exagero não haverá sessão de troca que dê jeito.  Falo por exemplo próprio: o baralho Nilfgaard – Alquimia que uso e apresentei na aula passada emprega cinco cartas desse tipo – Carpeado, Mardroeme e três Cervejas de Mahakam – e muitas vezes me vejo obrigado a lançar alguma delas da mão.

Há, portanto, que usar o blacklisting – dentro e fora da partida – mas não se pode abusar da sorte.

Antes da mais recente atualização, algumas nuances do blacklisting resultavam em tendência das cartas trocadas de se posicionarem mais próximas ao topo do baralho, o que resultava em acrescida probabilidade de tirá-las futuramente. Esse comportamento já havia sido muito bem explicado em excelente artigo do GwentDB – link: https://www.gwentdb.com/articles/132-gwent-concepts-the-mulligan-bug.  Com o patch levado ao ar na data de ontem, porém, essa interação foi modificada e, ao menos por enquanto, não está claro como passa a se portar. Em virtude disso, nada comento no corpo e deixo para abordar esse ponto futuramente.

Por fim, peço desculpas pela ausência de publicação nas duas últimas semanas. Faltei por questões técnicas. Desta semana em diante, as publicações voltam a ser regularizadas nas quartas-feiras.

No mais, torço para ser útil! Na próxima edição: manejo de rounds.

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