A ORIGEM DAS CARTAS DO GWENT — EPISÓDIO #20 – SIHIL
Durante as aventuras do livro “Batismo de Fogo” , no caminho para chegar ao rio Jaruga em busca de Ciri, Geralt, Jaskier e Milva encontram um grupo de 5 anões e 1 gnomo, respectivamente Zoltan Chivay, Munro Bruys, Yazon Varda, Caleb Stratton, Figgis Merluzzo e Percival Schuttenbach, que escoltava mulheres e crianças humanas fugitivos de Kernow após um ataque dos Nilfgaardianos.
Os grupos se apresentam e estabelecem uma relação amigável. Em decorrência dos pontos onde estão acontecendo as batalhas, decidem trilhar parte dos caminhos juntos para evitar maior perigo.
“– Nós estamos indo justamente para o leste – continuou Zoltan Chivay. – A única possibilidade é esconder-se atrás da frente de batalha, pois daqui a pouco o exército de Temeria vai se movimentar a partir do leste, do rio Ina. Queremos ir pelas trilhas da floresta até as colinas de Turlough, depois pela Estrada Antiga até Sodden e de lá até o rio Chotla, que deságua no Ina. Se quiserem, podemos ir juntos. Se não se incomodarem com a baixa velocidade, é claro. Vocês têm cavalos, e em nosso caso são os fugitivos que estão diminuindo o passo.”
Em meio à superação das dificuldades do caminho, havia momentos de descontração e muitas conversas entre eles. Inclusive neste tempo foi apresentado e ensinado a Geralt o jogo de cartas dos anões: O GWENT!
“Zoltan, Yazon Varda, Caleb Stratton e Percival Schuttenbach sentaram-se perto da carroça e entretinham-se com seu jogo de cartas preferido, o Gwent, ao qual dedicavam todo o tempo livre, como durante as tardes chuvosas anteriores.”
Em certo dia, uma das crianças do grupo de refugiados chama atenção de todos com um grito aterrorizante por ter visto um polifemo: um relicto pós-Conjunção das Esferas.
Zoltan questiona se Geralt vai usar a própria espada ou o Sihil do anão para eliminar a fera. Geralt recusa a espada do anão no momento, mas não a esquece.
Dias após o episódio, o bruxo revela interessa pela arma. O anão, por sua vez, faz questão de exibi-la.
“A espada media aproximadamente quarenta polegadas* e pesava menos que trinta e cinco onças** . Misteriosos sinais rúnicos cobriam quase toda a extensão da lâmina, que era azulada e bem afiada. Com um pouco de experiência, podia ser usada para fazer a barba. A empunhadura, de doze polegadas*** e coberta de tiras de pele de lagartixa entrelaçadas, tinha, no lugar do pomo, um castão cilíndrico. A guarda era pequena e laborada de maneira intrincada.”
Zoltan explica que a espada é feita de uma liga metálica enriquecida com grafite e bórax, diferente das mais comuns de aço e ferro. Estendem-se em uma conversa sobre espadas e ligas metálicas, trocando conhecimento, e seguem viagem.
Durante o percurso, encontram uma clareira com alguns casebres. Tentam aproximação e descobrem que uma jovem tentava cuidar de seu povo, consumido pela varíola, e presenciam a chegada de um grupo de saqueadores na clareira que a moça tentava proteger.
Vendo os homens abusarem sexualmente da moça, Geralt não consegue se conter e decide tentar conter o grupo, mas como os inimigos estavam em maior número, Zoltam sugere o uso de seu sihil para que possa desferir os golpes decisivos, sem precisar cortá-los mais de uma vez.
Neste momento, é a primeira vez que Geralt experimenta a impressionante espada do anão.
“O bruxo já estava entre os outros antes que eles conseguissem perceber o que acontecia e pegar em armas. A espada feita pelos anões sibilou e brilhou, e no silvo do aço leve como pluma e afiado como navalha havia um desejo louco de sangue. Os corpos cortados não resistiam a ela. Geralt não tinha tempo de limpar o sangue que salpicava seu rosto.”
Zoltam posteriormente comenta que seu sihil, além das qualidades técnicas, possui um encanto inscrito nas runas secretas dos anões gravado. Após ser questionado por Jaskier sobre o que diz a inscrição, o anão responde que é a frase “Fodam-se os filhos da puta“.
Quando é chegada a hora dos caminhos dos dois grupos se dividirem para seguirem seus próprios caminhos, Zoltan entrega o sihil a Geralt para que possa fazer bom uso em sua jornada em busca de Ciri e o bruxo aceita a oferta, utilizando a arma forjada em Mahakam em diversos apuros.
“– Não fale, apenas o leve. Vamos passar essa guerra nas montanhas, não precisaremos de ferro. Mas vai ser um prazer lembrar às vezes, enquanto estivermos tomando cerveja, que o sihill forjado em Mahakam está em boas mãos, que será usado para coisas boas e não cairá em desonra. E você, quando for golpear os perseguidores de sua Ciri com essa lâmina, corte pelo menos um por Caleb Stratton. E lembre-se de Zoltan Chivay e das forjas dos anões.”
Em “A Senhora do Lago, Vol. 2“, Geralt volta a encontrar o velho amigo anão e tenta devolver a espada por resolver abandonar a vida de bruxo, mas Zoltan recusa a devolução. Por fim , Geralt utiliza a arma mais uma última vez durante o pogrom de Rívia.
“Geralt inspirou fundo. Ergueu-se. Ao perceber que os olhos apavorados de Jaskier e Wirsing o fitavam, tirou o sihill, a espada forjada em Mahakam pelo próprio Rhundurin, da prateleira sobre a chaminé.
– Geralt… – o poeta soltou um gemido agonizante.
– Tudo bem! – disse o bruxo, dirigindo-se para a entrada. – Mas é a última vez! Droga, será realmente a última vez!”
*por volta de cem centímetros.
** trinta e cinco onças equivalem a aproximadamente um quilograma.
***aproximadamente 30 centímetros.
Fonte:
http://pt-br.thewitcher.wikia.com
https://witcher.fandom.com
Andrzej Sapkowski – Batismo de Fogo e A Senhora do Lago – Vol. 2
