A Torre da Andorinha – Livro 6
A Torre da Andorinha é um livro de Ficção e Romance lançado em 1997, criado pelo autor Polonês Andrzej Sapkowski, com o proeminente sucesso do primeiro livro da série The Witcher, chegando a sua 6° versão, Geralt um bruxo. Um feiticeiro cheio de astúcia. Um matador impiedoso. Um assassino de sangue-frio, treinado desde a infância para caçar e eliminar monstros. Seu único objetivo: destruir as criaturas do mal que assolam o mundo.
Após os eventos de O Batismo de Fogo, o bruxo Geralt de Rívia segue em direção ao sul, convencido de que Ciri vai se casar em breve com o imperador de Nilfgaard. Os assassinos impiedosos de Nilfgaard já estão seguindo os rastros de Ciri, que, gravemente ferida, se recupera no casebre do eremita Vysogota, perdido no meio de um pantanal.
Emiel Regis Rohellec Terzieff-Godefroy:
Emiel Regis Rohellec Terzieff-Godefroy, ou Regis, foi um vampiro superior muito poderoso, e tinha mais de quatrocentos anos de idade quando conheceu Geralt. Ele era o barbeiro-cirurgião de Dillingen mas surpreendentemente sábio para alguém nessa profissão. Durante sua jornada, Regis revela para o resto de seus companheiros que, quando era mais jovem, havia sido muito cruel e estúpido. Por algum tempo, ele tinha parado de “beber” e se envolveu com uma vampira, mas ela o deixou, quando o “vício” pegou de novo, ainda mais fortemente.
O vampiro começou a “voar bêbado”, que foi considerado completamente inaceitável na sua comunidade. Em uma ocasião, enquanto “bêbado” de muito sangue, ele foi capturado pelos camponeses, que lhe cortaram a cabeça, furaram o coração com estacas de madeira, encharcaram o em água benta e o sepultaram. A regeneração levou Regis cerca de cinquenta anos, deixando-o com bastante tempo para refletir sobre seu estilo de vida, mas ele se regenerou por completo.
Os capítulos:
Capítulo primeiro
Capítulo segundo
Capítulo terceiro
Capítulo quarto
Capítulo quinto
Capítulo sexto
Capítulo sétimo
Capítulo oitavo
Capítulo nono
Capítulo décimo
Capítulo décimo primeiro
A seguir um fragmento do Quinto Capitulo:
Jaskier foi o primeiro a falar quando Geralt terminou de contar.
– Corrija-me, se estiver errado – disse. – Essa moça, Angoulême, que você de bom grado e tranquilamente deixou que se juntasse à nossa companhia, é criminosa. Para poupá-la da pena, por acaso merecida, você concordou em colaborar com os nilfgaardianos. Deixou que o contratassem. Pior, não só que o contratassem, mas que nos contratassem também. Agora devemos todos ajudar os nilfgaardianos a pegar ou matar um assassino. Em breves palavras: você, Geralt, virou um mercenário nilfgaardiano, caçador de recompensas, pistoleiro. E nós assumimos o posto de seus acólitos… ou servos…
– Você tem um talento incrível para simplificar, Jaskier – murmurou Cahir. – Será que não entende mesmo do que se trata? Ou está falando por falar?
– Cale-se, nilfgaardiano. Geralt? – Para começar – o bruxo jogou na fogueira o pedaço de madeira com o qual estava brincando fazia um tempo –, ninguém precisa me ajudar nos meus planos. Posso resolver sozinho. Sem acólitos e servos.
– Você é corajoso, tiozinho – falou Angoulême. – Mas a hansa de Rouxinol é composta de vinte e quatro homens bravos e bons que não ficarão com medo com tanta facilidade. Quanto à questão de lutar com a espada, mesmo se for verdade o que dizem sobre os bruxos, ninguém sozinho conseguirá enfrentar vinte e quatro homens. Você salvou minha vida, então devo o mesmo a você: aviso e ajuda.
– Que diabos é uma hansa?
– Na nossa língua, Aen hanse – esclareceu Cahir – significa uma organização armada, unida pelos laços de amizade… – Uma companhia, então? – Exatamente. A palavra, como vejo, faz parte da gíria local… – Hansa é hansa – interrompeu Angoulême. – Em nossa língua, é uma comitiva ou hansa. Falar sobre o quê? Eu falei sério. Um contra toda a hansa não tem chances. E, para piorar, você não conhece nem Rouxinol, nem uma alma viva em Belhaven ou nas redondezas, nem os inimigos, nem os amigos ou aliados. Não tem conhecimento das estradas que levam até a vila, e são várias. Eu digo o seguinte: o bruxo não conseguirá se virar sozinho. Não sei qual é o costume de vocês, mas eu não o deixarei sozinho. Foi ele que, como o tiozinho Jaskier falou, de bom grado e tranquilamente me aceitou na companhia, embora eu seja uma criminosa… E meu cabelo ainda fede a cadeia… não tive como lavar… Foi o próprio bruxo que me tirou dessa cadeia para a luz do dia. E lhe sou grata. Por isso não vou deixá-lo sozinho. Vou guiá-lo a Belhaven, até Rouxinol e a esse meio-elfo. Vou junto com ele.
– Eu também – declarou de imediato Cahir.
– E eu também! – falou Milva de repente. Jaskier apertou no peito o tubo com as anotações que ultimamente não largava sequer por um instante. Abaixou a cabeça. Era visível que estava confuso, lutando contra seus próprios pensamentos. E os pensamentos estavam ganhando. – Não medite, poeta – falou Regis com calma. – Pois não há nada de que possa se envergonhar. Você tem ainda menos aptidão do que eu para participar de um combate sanguíneo com espadas e facas. Não fomos ensinados a ferir o próximo com ferro. Além disso…
Além disso, eu… Ergueu os olhos reluzentes para o bruxo e Milva.
– Sou covarde – confessou logo. – Se não for preciso, não quero passar por aquilo que passei naquele dia, na embarcação e na ponte. Nunca. Por isso peço que me excluam do grupo de combate que vai até Belhaven.
– Você me tirou dessa embarcação nas costas – Milva falou baixo – e da ponte, quando a fraqueza não me deixava andar. Se você fosse mesmo covarde, com certeza teria me deixado sozinha ou teria fugido do local. Mas não foi covarde. Você me ajudou, Regis.
– Muito bem falado, tia – afirmou Angoulême, convencida.
– Não sei exatamente do que se trata, mas falou bem. – Não sou nenhuma tia para você! – os olhos de Milva tinham um brilho agourento. – Cuidado, moça! Me chame assim mais uma vez e você vai ver!
– Verei o quê?
– Calma! – gritou o bruxo com ímpeto. – Chega, Angoulême! Estou vendo que preciso botar ordem aqui. Acabou o tempo de viajar às cegas para o horizonte, pensando que talvez haja algo lá, atrás do horizonte. Chegou a hora de ações concretas. Hora de cortar gargantas. Pois finalmente há gargantas para cortar. Aqueles que até agora não entenderam, que entendam. Finalmente temos um inimigo concreto bem perto de nós. Um meio-elfo que quer nossa morte, então é agente das forças inimigas. Fomos avisados graças a Angoulême, e, de acordo com o provérbio, melhor prevenir do que remediar. Preciso pegar esse meio-elfo e forçá-lo a falar quem lhe dá ordens. Você entendeu, Jaskier?
– Parece que entendo mais e melhor que você – o poeta disse com calma. – Sem nenhuma necessidade de pegar e forçar ninguém a falar, acho que esse misterioso meioelfo atua a serviço de Dijkstra, que você deixou manco em minha presença em Thanedd, ao massacrar a articulação do tornozelo dele. Dijkstra, após o relato do marechal Vissegerd, com certeza nos considera espiões nilfgaardianos. E depois de nossa fuga do corpo militar dos guerrilheiros lyrianos, sem dúvida a rainha Meve acrescentou alguns itens à lista de nossos delitos…