A Senhora do Lago vol.2 – livro 8
A Senhora do Lago é um livro de Ficção e Romance lançado em 1999, criado pelo autor Polonês Andrzej Sapkowski, com o proeminente sucesso do primeiro livro da série The Witcher, chegando a sua 7° versão, Geralt um bruxo. Um feiticeiro cheio de astúcia. Um matador impiedoso. Um assassino de sangue-frio, treinado desde a infância para caçar e eliminar monstros. Seu único objetivo: destruir as criaturas do mal que assolam o mundo.
Após os eventos de A Senhora do Lago vol.1, cansada de fugir, Ciri percebe que encarar seu destino é a única forma de salvar aqueles que ama. Enquanto isso, a companhia de Geralt finalmente chega ao castelo de Stygga. Para proteger Ciri e Yennefer, o bruxo se vê obrigado a enfrentar mais uma vez o terrível feiticeiro Vilgefortz de Roggeveen, o que resultará em um dos combates mais épicos de toda a franquia de livros, e assim como uma das batalhas mais emocionantes.
Cahir aep Ceallach:
Cahir Mawr Dyffryn aep Ceallach foi um oficial de inteligência do Império Nilfgaardiano que veio de Vicovaro. Ele era o filho de Ceallach e Mawr, o irmão de Dheran e Aillil, e sobrinho-neto de Assire var Anahid.
Cahir foi um oficial de Inteligência Nilfgaardiana que apareceu pela primeira vez em O Sangue dos Elfos. Seu nome não foi citado nesse romance. Só se torna claro em romances posteriores que ele é o cavaleiro negro com as asas de ave de rapina presas em seu elmo, que invade os sonhos de Ciri.
Os Capitulos:
Capítulo oitavo
Capítulo nono
Capítulo décimo
Capítulo décimo primeiro
Capítulo décimo segundo
A Seguir um fragmento do Nono Capitulo:
O planalto, em quase toda a sua extensão, até os distantes cumes das montanhas roxas, envoltas pela névoa, parecia um mar pedregoso. Ondulado em alguns pontos, exibia saliências ou arestas. Eriçado em outros, devido aos dentes pontudos dos arrecifes. Essa impressão parecia ainda mais impactante por causa das carcaças dos navios. Dezenas de destroços de galés, galeaças, cocas, caravelas, brigues, urcas, dracares. Alguns pareciam estar ali fazia pouco tempo, outros eram apenas amontoados de tábuas e balizas quase irreconhecíveis que, evidentemente, estavam lá havia dezenas ou mesmo centenas de anos.
Alguns navios caídos tinham as quilhas voltadas para o alto. Outros, tombados de lado, pareciam ter sido arremessados por tempestades e vendavais satânicos. Outros ainda pareciam navegar, marear por entre esse oceano de pedras. Erigiam-se retos e firmes, com as figuras de proa orgulhosamente empinadas, com os mastros apontando para o zênite, com os restos das velas, dos brandais e dos estais esvoaçando. Tinham até tripulações espectrais: esqueletos presos entre as tábuas putrefatas, marinheiros mortos emaranhados nos cabos, para sempre ocupados com uma navegação infinita.
Bandos de pássaros negros desprenderam-se das vergas, dos mastros, cabos e esqueletos, alarmados com a aparição de um cavaleiro, espantados pela batida dos cascos, e alçaram voo grasnando. Salpintaram o céu por um instante e revoaram em bando sobre a beira de um precipício no qual, no fundo, jazia um lago cinzento e liso feito mercúrio. Na borda dele via-se uma fortaleza escura e sombria que com suas torres dominava sobre o depósito de carcaças e estava parcialmente suspensa sobre o lago, com os baluartes encravados na parede vertical. Kelpie dançou, resfolegou, remexeu as orelhas arrebitadas, enfadada com as carcaças e toda a paisagem de morte ao seu redor. Estava incomodada com os pássaros negros já de volta, que pousavam novamente nos mastros e vaus partidos, nos brandais e nas caveiras. As aves perceberam que não era preciso temer um cavaleiro solitário e que, se alguém ali tivesse que ter medo, seria o próprio cavaleiro.
– Calma, Kelpie. É o fim do caminho. Este é o lugar certo e o tempo certo – Ciri falou com voz alterada.
Sem saber como, conseguiu chegar ao portão, emergindo como um fantasma em meio às carcaças. Os sentinelas que vigiavam o portão a avistaram primeiro, alarmados pelo grasnar das gralhas. E agora gritavam, gesticulavam, apontavam para ela com os dedos, chamando os outros sentinelas.
Quando chegou até a torre do portão, o lugar já estava totalmente ocupado por uma multidão em algazarra. Todos olhavam para ela, tanto os poucos que já a haviam visto antes e a conheciam – entre eles, Boreas Mun e Dacre Silifant – como os numerosos que apenas tinham ouvido falar dela e agora olhavam, espantados, para a moça de cabelos cinzentos com uma cicatriz no rosto e uma espada nas costas – entre eles, os novos recrutas de Skellen, mercenários e simples bandoleiros vindos das redondezas de Ebbing. Olhavam também para a bela égua negra com a cabeça erguida para o alto, roncando e tinindo as ferraduras nas lajes do pátio. A algazarra repentinamente terminou.
Um silêncio absoluto tomou conta do lugar. A égua, ao pisar, levantava as patas como uma bailarina. As ferraduras ressoavam como martelos batendo contra a bigorna. Demorou para que alguém cruzasse as bisarmas e os ranseurs, impedindo-a de seguir adiante. Alguém, com um gesto inseguro e receoso, estendeu a mão na direção da coxa do animal. A égua roncou.
– Guiem-me até o senhor deste castelo – a moça falou com voz vibrante.
Boreas Mun, sem saber por quê, sustentou seu estribo e deu-lhe a mão. Os outros seguraram a égua, que batia os cascos e resfolegava.
– Está me reconhecendo, moça? Já nos encontramos uma vez – Boreas falou em voz baixa.
– Onde?
– No gelo. Olhou direto nos olhos dele.
– Naquela época não olhava para os rostos – respondeu com indiferença.
Ele acenou a cabeça com seriedade e perguntou: – Você foi a Senhora do Lago. O que veio fazer aqui, moça? Por que veio?
– Vim buscar Yennefer. E vim para encontrar meu destino.
– Seu destino será a morte – ele sussurrou. – Você está no castelo de Stygga. Se eu fosse você, fugiria daqui rápido e para o mais longe possível.