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Entenda Gwent

ENTENDA GWENT – AULA 9: GERENCIAMENTO DA PARTIDA (PARTE 2)

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3 de maio de 2018

Introdução

A edição passada foi dedicada a traçar os contornos do tema  gerenciamento de partida que, de forma ou outra, abrange toda perícia que o jogador de Gwent tem a desfilar no decurso da partida. Nesta aula e na próxima, focarei em termos mais práticos, com análise e sugestões relativas a tópicos de maior relevância para o intra-jogo.

A Parte 2 cuida de questões comuns a qualquer disputa de Gwent. Não há pretensão de analisar tudo que é analisável, mas apenas alguns tópicos de especial relevo. São eles:  planejamento de acordo com a moeda;  a importância de vencer o primeiro round; e  gestão de recursos.

Planejamento de acordo com a moeda

Nada mais é que ajustar os planos de jogo ao resultado do lance inicial de moeda.

O tema do lance de moeda já foi detidamente enfrentado na segunda edição desta coluna e recomendo a leitura. Lá, dentre outras noções, defendi que quem perde e quem ganha na moeda  tem objetivos diferentes para o  primeiro round, eis que estão sujeitos a riscos diversos. Essa diferença de expectativas é variável importantíssima para o gerenciamento da partida.

A ser realista, o vencido na moeda tem muito menos a ganhar e muito mais a perder. Como possíveis desfechos positivos:  vitória com uma carta a menos nas mãos ou derrota com uma a mais – contextos relativamente favoráveis, um melhor e outro pior, a depender dos baralhos em disputa. Desfavoráveis:  derrota em igualdade de cartas ou vitória com duas a menos – ou seja, desvantagem de cartas.

Decidida a moeda, portanto, cabe ao jogador avaliar sua mão e, com o conhecimento que possui sobre os baralhos, especular sobre o desfecho mais favorável/viável para aquele contexto. Então, joga-se com objetivo naquilo.

Quem perde a moeda e, assim, abre a partida, precisa ter em mente que não pode ser tão ambicioso, eis que os desfechos favoráveis a ele disponíveis não são definidores de partida, por assim dizer. Ora, vencer com carta a menos não é vantagem tão grande assim – em certos confrontos nem vantagem é. Portanto, planeja de acordo e, por exemplo, economiza recursos para a terceira e decisiva rodada, ou, outro exemplo, faz o passe quando não vale mais a pena investir no round.

Chamo atenção para os riscos a que quem perde a moeda está sujeito e dos quais deve defender-se com unhas e dentes. Regra geral, não pode abdicar de produzir tempo, sob risco de ficar muito atrás no placar e ter de jogar cartas a mais para se recuperar após o passe do oponente.

Já quem joga em segundo tem muito a ganhar e, portanto, pode mesmo investir o que for preciso para vencer em igualdade ou forçar o adversário a descer duas cartas para levar a rodada. Tem, também, muito menos a perder, então pode confortavelmente acomodar jogadas de baixo tempo e que produzem mais valor ao longo da partida ou fortalecem rounds posteriores.

Em resumo, encare a moeda como terreno elevado, e quem o detiver em favor deve saber jogar com a vantagem. Quem a enfrenta, precisa lutar colina acima pela sobrevivência e visar pelo menos igualar as coisas – que, no Gwent, significa sobreviver ao primeiro round com desfecho favorável. Certo é que lutar colina acima ou colina abaixo são duas coisas consideravelmente diferentes.

A importância de vencer o primeiro round

Para bem gerenciar a partida o jogador deve ter claro em mente o quão importante é vencer o primeiro round na partida em questão.

Vencer o primeiro round garante ao jogador o controle sobre a extensão dos outros dois – além daquela meia-coroa, da qual precisa-se outra. E esse controle é importante? Depende do arquétipo: para uns é muito; para outros é meramente útil.

Com efeito, é fundamental que o jogador tenha dimensão do que o controle sobre a extensão dos rounds representa para cada um dos decks em jogo. Há baralhos que brilham em rodadas mais longas, arrastadas o bastante para que seus motores façam a diferença, a exemplo de Monstros – Luz da Lua. Outros não empregam motores e sim jogadas de bom tempo que não dependem de grandes preparações para alcançarem seu valor consistente, como Nilfgaard – Alquimia. Há ainda a estirpe de baralhos que apresenta dois pacotes diferentes de recursos, um para vencer um round, outro para vencer outro – geralmente são cheios de motores, mas também contam com finalizadores de altíssimo tempo – ao estilo Nilfgaard – Espiões. Basicamente, apenas o segundo dos três grupos mencionados não liga tanto para o controle da extensão dos rounds.

Cada baralho tem suas particularidades, inclusive nesse quesito, e o jogador deve conhecer o próprio e o do adversário. A partir desse conhecimento, determinar como seria a divisão ideal dos rounds para aquele confronto específico.

Importante considerar, também, se os jogadores terão acesso a espiões de prata para recuperar/construir vantagem de cartas. São especialmente relevantes quando se vence o primeiro round com carta a menos e se pretende alongar o segundo, por quaisquer razões.

Para sumarizar, entenda em que modelo de divisão de rounds os decks em jogo preferem e busque identificar aquele que o favoreça mais, ou complique os planos do adversário. Se houver muito a ganhar ao fazê-lo, o primeiro round cresce em importância.

Caso não esteja claro, esse juízo sobre o primeiro round deve sempre levar em conta todos os outros fatores da partida, a incluir a mão inicial do jogador, a dificuldade do confronto e o resultado da moeda. Gerenciar a partida não é tomar decisões pontuais e sim conduzi-la com inteligência e planejamento que abarque tudo que há de relevante para a consecução da vitória.

Gestão dos recursos

Por recursos entenda as cartas do jogo – mão, baralho e até cemitério. O jogo se faz pela escolha e ativação de cartas, logo, são os recursos com os quais conta o jogador. Simples.

Gwent divide as partidas em vários rounds e é preciso vencer dois. Investe-se, para tanto, jogadas de maior e menor potência, uma por turno, até que ambos tenham passado e a rodada se encerre para que a seguinte comece.

Gerir os recursos é justamente empreender juízo de necessidade e oportunidade antes de cada jogada. Necessidade, no caso, é o mínimo suficiente, ou seja, o investimento menos valioso capaz de alcançar o resultado. Oportunidade, por sua vez, é o máximo extraível de cada carta, o valor que, no melhor cenário realista, acredito poder obter com a jogada. Aproveitar uma boa oportunidade do jogo favorece a vitória com emprego do mínimo.

Esse juízo de oportunidade x necessidade começa, conforme repetido à exaustão, pelo conhecimento dos baralhos em jogo e, com isso, da noção de que jogadas o adversário provavelmente fará no decorrer do jogo.  A partir disso, planejo o que lançar e o que segurar para depois.

Na disputa Nilfgaard – Alquimia VS Skellige – An Craite: Espada, por exemplo, por saber que o plano do oponente é fortalecer os An Craite: Espadas, dedico os Bruxo Víbora disponíveis para removê-los – aproveitamento de oportunidades. Com isso, sei que abro vantagem no marcador e me permito lançar jogadas um pouco mais fracas enquanto guardo meus finalizadores para o derradeiro round. Perceba que o bom emprego dos Bruxos Víboras me permitem competir pelo round sem ter que usar cartas ouro que, naquele contexto, teriam efeito prático não muito superior à carta bronze investida.

Lembre sempre que o gerenciamento se faz com todos os elementos da partida, portanto, a gestão de recursos é planejada e executada com vistas em todos os fatores de relevância, a incluir, obviamente a moeda. Com efeito, ao vencer a moeda surge a oportunidade de ganhar o round em igualdade de cartas – ou perdê-lo com duas a mais. Por tal prêmio, vale a pena investir bastante, por exemplo.

Em síntese, norteie as jogadas conforme juízo de oportunidade e necessidade. Gaste o mínimo possível para vencer, e extraia o máximo de cada carta – sempre com mente no contexto completo da partida.

Analisei três dos pontos mais importantes dentre os comuns referentes ao gerenciamento de partida. Entender a moeda, a importância do primeiro round e o que é gerir recursos em Gwent são noções importantíssimas para o sucesso no jogo.

Tenha em mente que conquanto eu exagere na indicação e repetição de minúcias que devem ser observadas e as separe para fins de explicação, tudo isso, na prática, acontece simultaneamente e de forma quase intuitiva. Com a experiência, fica ainda mais automático – portanto, pratique!

Semana que vem trago a Parte 3, em que trabalharei algumas técnicas interessantes.

No mais, me desculpo pelo atraso na postagem.

Até!

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