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Geek Jogos Lançamento

Death Stranding proporciona uma experiência incrível

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28 de novembro de 2019

Esse sem dúvidas vai ser um dos, se não o post mais incomum que eu já fiz, mas eu senti a necessidade de escrever sobre o assunto.

Antes de começar, eu só preciso avisar que isso aqui não é uma análise.

Eu de fato não julgo ter conhecimento técnico fundamental para isso, caso você esteja procurando esse tipo de material sugiro que acesse os sites que tenham como foco esse tipo de conteúdo. Isto aqui é apenas um texto sobre o que um jogo pode mostrar ou fazer com alguém.

Eu jogo vídeo games desde os 5 anos de idade. É uma longa história, mas posso resumir em um pai agressivo que espancava a mulher e as duas filhas pequenas e um pequeno aparelho eletrônico que por alguns instantes me fazia parar de olhar todos aqueles hematomas pelo meu corpo e as expressões tristes, frustradas e cansadas da minha mãe e da minha irmã.

Entre muitos jogos que passaram pela minha vida a saga Metal Gear esteve presente, possivelmente foi uma das sagas que mais joguei durante minha infância e apesar de no início dos jogos sempre aparecerem as empresas que produziam e no final sempre terem os créditos completos, eu sempre passei batido nessas informações, eu só queria jogar e não me importava com quem tinha feito.

Muita coisa aconteceu, por questões financeiras não pude acompanhar todas as gerações de consoles e consequentemente a evolução de diversos jogos. Vim de uma família bem pobre, então esse era um luxo que minha família não podia ter, os consoles que eu tive minha mãe fazia crediários absurdos pra comprar e muitas vezes acabou com o nome no SPC.

Depois de alguns anos sem jogar nada, em 2013 comprei um Playstation 4. Os anos passaram, mas as dificuldades continuaram as mesmas, queria tanto voltar a jogar que fiz um empréstimo no banco.

Em 2015 comprei e platinei o The Wicther 3, deu trabalho, ufa! Mas diferente de outros jogos, a sensação de platinar um jogo que tinha levado completamente minha mente pra outra época, pra outra realidade, pra um enredo completamente diferente da minha vida foi muito imersivo e satisfatório, então a partir daquele momento eu decidi platinar apenas os jogos que tivessem o mesmo efeito em mim. Platinas levam tempo e dedicação, algumas tiram a gente do sério, então decidi não perder tempo com jogos que na minha concepção não valessem a pena.

De 2015 pra cá saíram muitos jogos que valeriam a pena platinar, mas não tive condições de comprar esses jogos e sinceramente não fiz esforço nenhum pra isso.

Até que em agosto de 2014 tive a oportunidade de jogar a demo Sillent Hill P.T, o legal é que ao invés de apenas lançarem trailers e capturas de tela pra mostrarem um jogo que estava em desenvolvimento, eles resolveram criar uma demonstração interativa e bem assustadora pra promover o jogo proporcionando uma experiência bem diferente e já criando um hype absurdo pro lançamento.

Como se não fosse o bastante, no final dessa demo o jogador descobria que estava o tempo inteiro jogando como Norman Reedus, o famoso Daryl Dixon de “The Walking Dead”.

Infelizmente algo deu muito errado ai no meio, o jogo foi cancelado pouco depois do lançamento dessa demo e então eu comecei a ler coisas em redes sociais como: “A Konami não merece o Kojima”, “Kojima tem mais é que fazer tudo sozinho mesmo, empresa nenhuma é boa o suficiente pra ele”, “Deus Kojima vai criar algo muito melhor” e outras coisas mais ou menos com o mesmo teor e a única coisa que eu pensava ao ler tudo isso era: Quem diabos é Kojima???

“Kojima” – Google Pesquisar.

Uma sequência absurda de informações, produtor, diretor, chegou a ser vice-presidente da Konami, saiu e abriu uma produtora própria, “Kojima Productions”, criador e diretor de vários jogos famosos, como Snacther, Policenauts e Metal gear…

ESPERA! METAL GEAR? AQUELE METAL GEAR QUE EU JOGAVA QUANDO ERA CRIANÇA?

Como eu não conhecia esse cara? Ai que percebi que na verdade eu nunca me atentei a quem criava os jogos que eu gostava tanto, apesar de no início dos jogos sempre aparecerem as produtoras e no final ainda terem os créditos, eu nunca prestei atenção em nada disso, afinal eu só queria jogar, quem tinha feito era o de menos.

Como sabemos, infelizmente o P.T não teve continuidade em seu desenvolvimento, Kojima passou a trabalhar em um projeto próprio chamado “Death Stranding” e levou o Norman Reedus pra trabalhar com ele novamente.

Inicialmente não me interessei pelo novo jogo, começaram a sair trailers, capturas de tela, Kojima todo dia postando no twitter que estava empolgado, falando um pouco sobre suas dificuldades com a própria produtora e a falta de recursos financeiros pra continuar com o desenvolvimento do projeto e etc, mas eu só acompanhei tudo meio de longe, sem dar muita atenção.

Passou um bom tempo e em 8 de Novembro de 2019. Death Stranding foi lançado. Eu não costumo acompanhar streamer jogando modo campanha de jogos em geral, mas alguma coisa me fez ir até a live do famoso “Alanzoka”.

Admito que comecei a assistir pouquíssimo interessada no jogo, mas ver a empolgação dele jogando me fez pelo menos prestar atenção. O que era tão legal naquele jogo?

Não sei por quantos dias ele jogou, parei de acompanhar no meio (eu acho) mas assisti a live por 3 dias seguidos, em momento algum ele perdeu a empolgação, construía estradas, colocava placas informativas, cuidava do “BB” como se realmente fosse filho dele, aquilo foi chamando cada vez mais minha atenção, quando percebi estava em pânico pra jogar também, queria sentir a mesma coisa que ele estava sentindo enquanto jogava, apesar que de certa forma, eu não fazia ideia do que era.

Acabei ganhando o jogo de aniversário de uma amiga (muito obrigada Gi, foi um dos melhores presentes que já ganhei!).  Comecei a jogar no dia do meu aniversário, 14 de novembro, para a minha surpresa na mesa do quarto do Sam tinha um bolo de aniversário, recebi também um e-mail dentro do jogo me dando felicitações, quer dizer, não diretamente para mim, era para o Sam, mas o Sam sou eu nesse caso, logo era pra mim! Deu pra entender né? Rs

Eu não tenho festa de aniversário desde quando eu era criança, era um gasto anual que minha família não podia arcar, esse ano não foi diferente e não houve nada, nem mesmo um bolo, o único bolo que ganhei foi o do jogo e isso pode parecer bobagem, mas significou muito pra mim, ainda teve uma mensagenzinha também rs.

Apesar de estar no meu quarto, sozinha, no escuro, em um jogo “single player”, eu me senti acolhida. Não tinha ninguém em volta, mas me senti como se realmente houvesse alguém ali fazendo aquilo pra mim e uma coisa tão pequena para alguns, acabou se tornando gigante para mim.

Em determinado ponto do jogo, notei que estava sozinha em um mapa gigante com diversos NPC’s,  Death Stranding é o tipo de jogo que se você não tem algum tipo de ligação com ele, algum tipo de identificação ou até mesmo tenha se interessado muito pela história, ele possivelmente não demore muito para se tornar um pouco “entediante”, tem muita coisa para fazer no jogo, mas você precisa ter encontrado um propósito para fazer, além do que o jogo obriga para conseguir finalizá-lo obviamente.

E foi aqui que o meu amor por Death Stranding de fato começou.

Eu não via ninguém, mas via seus carros abandonados, seus itens perdidos no meio do caminho, suas pontes, placas, tirolesas, escadas, cordas em penhascos e etc, todos me ajudando a facilitar minha jornada em Death Stranding, foi então que algumas mensagens que eu já tinha visto algumas vezes no canto esquerdo da tela realmente começaram a fazer algum sentido na minha cabeça.

“Um caminho que você colocou foi usado por outra pessoa”

“Há outros jogadores contentes com você” “tantos jogadores” “tantas curtidas”

As pessoas estavam usando as coisas que eu havia criado dentro do jogo, assim como eu também estava usando as delas. O propósito do jogo estava se cumprindo na vida real.

Pessoas que nunca se viram, nunca imaginaram cruzar o caminho umas das outras, estavam se conectando, se unindo e ajudando umas as outras.

Preciso confessar uma coisa sobre essas “mensagens”.

Era aproximadamente 3:20 hs da madrugada quando li a primeira vez  “Há outros jogadores contentes com você”. Eu chorei, chorei tanto que não conseguia mais enxergar a tela e tive que parar por alguns instantes pra ir lavar o rosto.

Faz muito tempo que não sei de alguém que esteja contente comigo e por mais que fossem só mensagens em um jogo e que nem mesmo fossem pessoas de verdade me escrevendo aquilo, eu fiquei muito feliz por ler que havia alguém contente comigo, foi um “carinho” que eu não esperava de um jogo.

Em Death Stranding você precisa conectar bases e locais isolados, pessoas que vivem até próximas umas às outras, mas por diversos obstáculos impostos por um mundo hostil perderam a comunicação e o convício em sociedade, graças ao Sam a conexão é refeita e as pessoas voltam a se comunicar, trocar informações, itens e etc.

Durante a gameplay em diversos diálogos entre os personagens, fica claro que seu principal objetivo no jogo é reconectar as pessoas, você foca nisso acreditando que é para um propósito maior, “impedir o sexto Death Stranding” e até é, mas tá ali na sua cara o tempo inteiro, que para que o mundo seja salvo, as pessoas precisam se unir.

Passei boa parte do jogo achando que eu estava reconectando personagens fictícios, quando na verdade eu estava me conectando com pessoas de verdade, que também tem os seus problemas, uma vida fora do jogo, mas que naquele momento, estavam ali se divertindo como eu, e obtendo a oportunidade de ter um tipo de conexão bem diferente da maioria dos outros jogos.

Você está literalmente sozinho em uma imensidão que tem sim muitos rostos, personalidades, rotinas e tudo mais, mas sua vida é tão pesada e atarefada, que você não enxerga nenhuma dessas pessoas. Achou que eu estava falando do jogo? Até poderia ser, mas possivelmente essa é uma boa descrição pra sua vida.

Quantas pessoas passam por você todos os dias e você nem mesmo nota a existência delas?

Seguindo essa lógica, se algumas dessas pessoas deixassem coisas por caminhos que normalmente você passa, com certeza você repararia que algo que não estava lá antes, agora está e possivelmente você jamais saberia quem deixou ali.

É um jogo com aspecto fictício. Mas não se engane, isso é só uma “faixada” para uma mensagem muito maior representando a realidade solitária de muitas pessoas que estão no meio de muitos e sozinhos ao mesmo tempo.

Para quem nem mesmo se interessou pelo jogo inicialmente e acha que não é todo jogo que merece ter horas e mais horas da sua vida investidas, eu me encontro nesse momento em um “plot twist” e tendo certeza da minha terceira platina em mais ou menos 6 anos de um mesmo console.

Essa é só a minha experiência pessoal, sei que é diferente pra cada um, que muita gente não gostou do jogo, acharam repetitivo e etc, mas o que talvez tenha acontecido, é que essas pessoas não encontraram uma conexão que fizesse elas se identificarem com ele.

O que fez eu rir e chorar com o jogo até agora não foi a história, não foram as situações, foi eu ver no Sam, tudo o que há em mim, uma pessoa sozinha, buscando por um propósito maior para continuar a sobreviver em um mundo praticamente sem esperanças.

O jogo se tornou incrível pra mim, a partir do momento que ele fez eu enxergar beleza, onde só tinha destruição. E eu estava olhando apenas para o meu interior e não para a tela.

Death Stranding entrega uma experiência completamente única que mostra um futuro, com cara de presente, um vazio cheio de gente, um mundo visualmente diferente, mas que lembra muito esse mundo da gente.

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