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Entenda Gwent

ENTENDA GWENT – AULA 8: GERENCIAMENTO DA PARTIDA (PARTE 1)

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25 de abril de 2018

Introdução

Dentre os traços distintivos do Gwent está a divisão da partida em três rounds, o que exige do jogador a habilidade de gerenciá-los adequadamente.

O tema ora enfrentado é complexo e faz parte das maestrias que definem um grande jogador.  Não me considero um, mas creio ter condições de explicitar algumas nuances interessantes ao grande público.  No entanto, não há como fazê-lo em publicação única, logo, dedicarei três.

Sem dúvida, será o assunto mais difícil de trabalhar e digerir já contemplado nesta coluna.

Nesta Parte 1, delinearei a que me refiro por gerenciamento da partida e discorrerei sobre a verdadeira relevância da maestria em comento. Na Parte 2, abordo alguns tópicos de gerenciamento comumente enfrentados pelos jogadores. A Parte 3 se reserva ao trabalho de algumas estratégias específicas.

A que refere gerenciamento da partida exatamente?

Em síntese, gerenciamento da partida consiste na condução do jogo conforme plano que contemple a dinâmica dos baralhos em jogo e os recursos disponíveis a cada jogador, com adaptação às variáveis e intercorrências do andamento da disputa.

Destrincho o conceito em etapas pelas quais se perfaz  – proponho três. A divisão é meramente didática, para facilitar a exposição. Na vera, os três estágios se misturam.

A primeira delas, ponto de partida, é conhecer os baralhos em jogo. Significa entender o funcionamento de ambos e o que almejam para cada round – sua dinâmica – e as jogadas pelas quais isso se concretiza – recursos.  Cada arquétipo tem seu plano de jogo e comportamento característico para as diferentes situações e, apesar de moldar-se pelas variáveis de cada jogo, pode ser antevisto com interessante grau de certeza – proporcional à experiência do jogador.

O meta estabilizou-se há meses e a dinâmica e os recursos dos principais decks já são amplamente compreendidos pela comunidade. Na  maioria dos casos, o mero conhecimento sobre a facção e líder que se vai enfrentar já basta para predizer de que decks se trata. Nesse âmbito, quaisquer equívocos são sanados logo nos primeiros turnos da rodada, com as primeiras jogadas.

A segunda etapa pela qual se executa o gerenciamento é a delineamento do plano de jogo. A partir da predição/confirmação de qual deck se enfrenta e do conhecimento sobre o próprio baralho, planeja-se acerca da condução da partida. Trabalha-se por cima dos recursos disponíveis de ambos os lados e do conhecimento sobre as dinâmicas dos baralhos – pelo cotejo entre elas – de forma que o confronto das qualidades e fraquezas de ambas resulte favoravelmente.

Esse planejamento contempla desde a condução da partida propriamente dia – a extensão dos rounds e a real importância de assegurar vitória no primeiro deles – até as micro-interações entre jogadas específicas de ambos os lados – dedicação de cartas a counterar outras, counters a se evitar, relação de oportunidade-conveniência de cada jogada etc. Preestabelece-se, também, a dosagem dos recursos, ou seja, o que se pretende investir em cada um dos rounds – cujas extensões são também antevistas no planejamento, repito.

Ainda sobre a etapa de planejamento, importa que fique claro que a delineação do plano não procura estabelecer roteiro – não se trata de um passo a passo, concatenação pré-estabelecida de jogadas – o que não tem lugar no Gwent. O planejamento se presta a organizar o emprego dos recursos e o manejo dos rounds, e sua execução deve ser permeada por juízo de cautela e revisitação constante.

A terceira etapa é a condução da partida, que apresenta as facetas da execução e adaptação do plano – na esteira do que se referiu no parágrafo anterior. Executar consiste em seguir o planejamento – empreender ações mediante a confirmação das expectativas sobre as quais se construiu o plano; adaptar é adequá-lo às intercorrências da partida – agir ou até replanejar frente ao imprevisto.

Dentre o que chamo de expectativas inclui-se o que o jogador vislumbra como provável, ainda que nisso encaixem mais de uma situação para o mesmo contexto – “jogada A para o caso B, jogada C para o caso D”. Imprevisto é o que de todo não se esperava e que deve ser respondido da melhor forma possível – pontualmente ou com ampla remodelação do plano.

Portanto, o gerenciamento da partida se faz pelo conhecimento dos decks em confronto – dinâmica e recursos -, que possibilita o planejamento do jogo, o qual se conduz por execução e adaptação do plano. A essa forma de abordagem dos jogos de Gwent, organizada e consciente, me refiro com a expressão gerenciamento da partida.

Importância do gerenciamento da partida

No tópico anterior, apresentei o que designo por gerenciamento de partida/jogo e trabalhei o conceito a partir de concepção pessoal. Outros jogadores podem preferir conceitos diversos, com dimensões que não essas três oferecidas acima, mas o cerne da proposta é universalmente aceito: encarar e jogar o Gwent com organização e estratégia, a enxergar a partida em sua completude desde o princípio.

Como indiquei na introdução, a capacidade de gerenciar bem a partida é fundamental para o bom desempenho no Gwent. Essa conclusão é óbvia a todos, mas as razões disso podem não ser tanto. Posto isso, não me sinto a vontade de prosseguir no tema sem evidenciar os motivos pelos quais o enfrento com dedicação.

A explicação começa da noção que já ventilei em diversas outras publicações aqui no Taverna: Gwent é jogo notavelmente técnico e se propõe a premiar perícia acima de sorte. Esta, sem dúvida, desempenha importante papel no destino das partidas, mas aquela em muito se sobressai.

Posto isso, indaga-se: como se concretiza a perícia do jogador, e como se concretiza a sorte? A segunda, claramente, se relaciona a todos os fatores sujeitos a RNG – desde a compra de cartas até os efeitos expressamente randômicos. A primeira se concretiza na ações voluntárias do jogador, as quais, como em todo card game, se limitam à escolhas.

As escolhas pelas quais o jogador atua no Gwent – pelas quais joga – podem ser divididas entre as que se são feitas antes das partidas ou dentro delas. Entre as extra-partida, tiro por exemplos a construção do baralho e a seleção do ambiente de jogo – casual, ranqueadas etc. Quanto as intra-partida, todas estão sujeitas a planejamento para que sejam as melhores possíveis, ou seja, podem ser objeto de gerenciamento.

A bem da verdade, o gerenciamento a que me refiro neste texto nada mais é que a abordagem organizada e consciente com a qual o jogo deve ser encarado para maximizar as chances de sucesso. Todas as escolhas intra-partida podem ser feitas de forma organizada e consciente. Em outras palavras, toda as formas de concretização da perícia do jogador dentro da estão sujeitas a gerenciamento.

Em suma, a perícia – habilidade, maestria, domínio – do jogador de Gwent é justamente medida por sua capacidade de gerenciar. Significa que a perícia do jogador é a conjugação de seu conhecimento dos arquétipos, sua capacidade de planejar as partidas e sua eficiência em executar e adaptar esse planejamento.

Essa a importância do gerenciamento de partida, que também pode ser chamado de perícia do jogador.

Essa foi a primeira de três partes. Tentei conceituar e evidenciar o objeto de que se fala com o termo gerenciamento de partida, como texto introdutório aos dois subsequentes. Nesses outros, trabalharei ideias e percepções construídas por experiência própria, no intuito de oferecer  ferramentas úteis aos leitores-jogadores. Torço para que tenha expressado as ideias com correção e clareza e convido críticas.

Na Parte 2, a ser publicada próxima quarta-feira, abordo tópicos relevantes a quaisquer partidas. Até!

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2 Comments
  1. Responder

    Marcos KarraskO

    26 de abril de 2018

    Como sempre, impecavel. Tenho a sensação que já fiz exatamente esse comentário em outra aula rs.

    • Responder

      Dmm17

      26 de abril de 2018

      Muito obrigado, Marcos! Reconhecimento sempre significa muito pro nós do Taverna!

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